domingo, 1 de março de 2015

LAMPEJOS DE GENIALIDADE E O FUTURO DO PAÍS

 LAMPEJOS DE GENIALIDADE E O FUTURO DO PAÍS


Dentre vários Governos ruins, a história do Brasil traz, dentre seus governantes alguns lampejos de genialidade: Dom Pedro II, Getúlio Vargas, JK, FHC e Lula.

Dom Pedro II foi um desenvolvimentista que herdou um Império na iminência de se desintegrar , mas conseguiu unir o Brasil, manter sua integridade e transformou em uma potência emergente. Em seu Governo foi abolida a escravidão e a pena de morte.

Getúlio Vargas governou o país em um momento de crescente urbanização e foi o criador de direitos trabalhistas como o salário mínimo, carteira de trabalho e férias remuneradas  que permitiram significativos avanços sociais. Além disso, Vargas investiu em infraestrutura com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (1940), da Vale do Rio Doce (1942), e da Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945) e preparou o país para um denso processo de industrialização.

Juscelino Kubitschek pautou seu governo em um plano de metas , cujo lema era “cinqüenta anos em cinco”. Pretendia desenvolver o país cinqüenta anos em apenas cinco de governo. O plano consistia no investimento em áreas prioritárias para o desenvolvimento econômico, principalmente, infra-estrutura (rodovias, hidrelétricas, aeroportos) e indústria. Em seu governo o país se industrializou e recebeu inúmeras empresas multinacionais com imensa geração de empregos.

Fernando Henrique Cardoso trouxe definitivamente a estabilidade econômica ao país. Preocupado com o inchaço da máquina estatal e com o desenvolvimento da infraestrutura estabeleceu um programa de privatizações e criou a Lei de Responsabilidade Fiscal que contribui de forma expressiva para o controle das contas públicas em todo o país. Em seu governo, a fim de estimular o pequeno e médio empresário foi criado, ainda, o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte/SIMPLES. Sob o ponto de vista social, FHC deu início a programas de transferência de renda : a) Programa Vinculado á Educação (Lei 9.533/97), transformado no Programa Bolsa Escola (Lei 10.219/2001), transferindo renda para famílias carentes com filhos matriculados na escola; b) Programa Bolsa Alimentação (MP 2.206/2001), complementando a renda de gestantes, mães amamentando filhos e crianças de 6 (seis) meses a 6 (seis) anos e onze meses de idade, em risco nutricional; c) Programa Auxílio-Gás (2001) para atender as famílias já beneficiárias dos demais programas de transferência de renda em função da retirada do subsídio aos derivados de petróleo; d) Programa de Erradicação do Trabalho Infantil/PETI (1996), articulando ações para retirada de crianças e adolescentes de até 16 anos das práticas de trabalho infantil, inserindo-os em atividades sócio-educativas e na escola, com repasse de auxílio-familiar.

Luis Inácio Lula da Silva manteve a política econômica e ainda reduziu a inflação para a média anula de 6% ao ano,  trouxe um aumento real de 74% no salário mínimo e quitou a dívida externa do Brasil com o FMI e com o Clube de Paris. Em seu governo, de forma inédita, o país se tornou credor do FMI. No aspecto social, o reduziu consideravelmente as desigualdades sociais reduzindo-se o número de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza ao criar programas sociais inclusivos, como o Bolsa-Família, ProUni, Brasil Sorridente, Farmácia Popular, Luz Para Todos, entre outros, que beneficiaram aos pobres e miseráveis e contribuíram para melhorar a distribuição de renda. Em meio à crise internacional, Lula manteve o Brasil no rumo do desenvolvimento. A história talvez aponte Lula como o maior estadista da história do país.

Claro que, como seres humanos, os governos citados tiveram pontos negativos como o endividamento no Governo JK, algumas privatizações desacertadas no Governo FHC e o mensalão no Governo Lula. Não obstante isso, o saldo dos Governos foram todos produtivos.

Um ponto interessante de se observar é que Dom Pedro II foi derrubado por um Golpe de Estado, Vargas, sofreu um Golpe de Estado e no segundo mandato acabou suicidando-se devido às pressões sofridas e o sucessor de JK foi deposto por um Golpe de Estado.

Ou seja, historicamente, após um grande Governo, o país acaba sofrendo um Golpe Político que suspendeu e até mesmo inviabilizou a continuidade dos grandes feitos.

A exceção até o momento foi o FHC que teve um grande sucessor que fez com que o Brasil navegasse em águas tranquilas por praticamente duas décadas.

O momento atual assusta pela incapacidade do Governo Dilma em conseguir manter os ganhos do Governo Lula e pelos rumores e comentários de Golpe. Estaria o Brasil repetindo os erros do passado?

É triste perceber que a classe D que adquiriu eletroeletrônicos e a classe que adquiriu veículos  no Governo Lula tenham que parar de utilizá-los porque a energia elétrica e o combustível  estão caros. A inflação e a recessão são cada vez mais reais e a sensação de um Governo absenteísta, omisso e despreparado tornam o futuro nebuloso e podem jogar por terra tudo que foi conquistado no Governo Lula.

Ademais, um Golpe de Estado além de não devolver o país ao caminho do desenvolvimento, traria grave desconfiança internacional e poderia exterminar, de vez, a economia. Há de se observar que o maior crescimento das desigualdades sociais e da inflação se deu nos Governos Militares. O país não pode reeditar o erro.

Manifestações são importantes e devem ser realizadas dentro dos limites democráticos. Se eventual  “impeachment” for juridicamente possível que ocorra, mas, vale lembrar que recessão, inflação e mal Governo não são fundamentos legais para um “impeachment”.

O Governo atual precisa se manifestar oficialmente sobre os rumores de “confisco de poupança”, “alto do dólar”, “aumento da inflação”, “corrupção na Petrobras”, etc. Abrir a “caixa preta” do país e aliviar a tensão instalada nos quatro cantos do país.

Lula, como ninguém soube usar de seu carisma e dos pronunciamentos em momentos de crise. Ao dizer, por exemplo, que a crise era uma marolinha e ao incentivar o consumo, Lula tranquilizou o povo brasileiro e, de fato, o país ficou alheio à crise mundial.

Urge destacar que o Presidente da República não tem poderes absolutos, mas depende do Legislativo e do Judiciário que tem contribuído negativamente com o déficit nas contas públicas ao aprovarem imoralmente uma série de benefícios e bolsas a seus membros. O povo brasileiro precisa se manifestar quanto a isso.

Assim, espera-se que o país retome democraticamente e com a participação de todos o caminho do desenvolvimento para que possamos deixar um Brasil melhor para as gerações futuras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário