Rugby: Nasce uma nova
paixão nacional
Resumo:
O presente artigo apresenta a evolução do rugby traçando um paralelo com a cultura brasileira e o seu potencial de crescimento com a utilização de marketing estratégico.
O presente artigo apresenta a evolução do rugby traçando um paralelo com a cultura brasileira e o seu potencial de crescimento com a utilização de marketing estratégico.
Palavras-Chave:
Rugby, surgimento, evolução, chegada ao Brasil, Confederação Brasileira, Olímpiadas de 2016, crescimento do esporte. Oportunidade de desenvolvimento por meio de marketing estratégico.
Rugby, surgimento, evolução, chegada ao Brasil, Confederação Brasileira, Olímpiadas de 2016, crescimento do esporte. Oportunidade de desenvolvimento por meio de marketing estratégico.
Abstract:
This article presents the evolution of rugby drawing a parallel with the
Brazilian culture and its growth potential with the use of strategic marketing.
Keywords:
Rugby, emergence, evolution, arrived in Brazil, the Brazilian Confederation, Olympics Games of 2016, growth of the sport. Development opportunities through strategic marketing.
Resumen:
Este trabajo presenta la evolución del rugby haciendo un paralelo con la
cultura brasileña y su potencial de crecimiento con el uso de marketing
estratégico.
Palabras clave:
Rugby, el surgimiento, evolución, llegada en Brasil, la Confederación
Brasileña, Juegos Olímpicos de 2016, el crecimiento de este deporte.
Oportunidades de desarrollo a través del marketing estratégico.
O Brasil é conhecido
mundialmente como o país do futebol. Entretanto, o povo brasileiro é também
apaixonado por outros esportes como o automobilismo (especialmente a fórmula
1), o voleibol e o basquetebol.
Por se tratar de um país
de dimensões continentais centenas de outros esportes são praticados no país e
alguns possuem imenso potencial para se
tornar uma paixão nacional.
Dentre estes potenciais
esportes apaixonantes um tem despertado uma atenção especial. Trata-se do rugby,
pois é um esporte coletivo, corrido, de contato, com uso dos pés e conta, ainda
com gols.
Historicamente, o rugby
surgiu de uma dissidência do futebol uma vez que várias
formas de jogo com bola já existiam pela Europa no século XIX, e que tanto o Rugby Football (o rugby atual que
atualmente é controlado pela IRB) quanto o Football Association (o
futebol atual que agora é controlado pela FIFA) tiveram caminhos correlatos, sendo,
portanto, dissidências de uma mesma forma de jogo.
A fundação da Football Association
deu-se em 26 de
outubro de 1863 com 21 clubes unificando as regras das principais vertentes do futebol da Inglaterra como as de Cambridge, as de Sheffield e as de Rugby, durante quase uma década o futebol e o rugby foram o mesmo
esporte.
O rugby surgiu devido a um desentendimento do clube de futebol Blackheath (um dos fundadores da FA) sobre a retirada de 2 regras do futebol
pela Football Association (uma
era sobre carregar a bola com as mãos, a outra sobre os tackles).
Em razão da discordância com as alterações, em 26 de janeiro de 1871 durante
reunião em um restaurante em Londres com representantes de 21 “teams” da Inglaterra foi fundada a Rugby Football Union, a
primeira entidade controladora do esporte no mundo. Algernon Rutter foi eleito o primeiro
presidente da RFU e as primeiras leis do esporte foram oficializadas em junho
de 1871.
Como destaca Fábio Fanzini:
“Esse processo, porém, não foi nada natural, muito menos
simples. A principal questão a permear tal regulamentação dizia respeito
justamenta à própria boa: o que fazer com ela? Em algumas escolas, como a Rugby
School, os jogadores carregavam-na com as mãos, rumo à meta adversária; em
outras como em Eton, eram os pés que deviam controlá-la, fazendo do dribbling sua habilidade máxima. Dessas
duas maneiras distintas de lidar como elemento central do jogo nasceram,
primeiro, o rugby, em 1846, ano em
que a instituição de mesmo nome estabeleceu seu conjunto de regras, mais tarde
consagrado com a criação da Rugby Football Union, 1871; depois, em 1863, o association ffotball, fruto de um acordo
entre doze clubes, que passaram, a partir de então, a se submeter a regras
comuns e a uma entidade dirigente maior, a Football Association (FA).”[1]
Atualmente, o rugby é controlado pela International Rugby Board que,
segundo Andreu Camps:
“Estas associaciones internacionales permiten grantizar
la unifirmidad, ya que son associaciones deportivas privadas con competencia
internacional, que dirigen el deporte a nivel mundial y que aseguran la
responsabilidad de su organización y de su gestión.”[2]
Há algumas variações de
rugby. A versão mais tradicional é o "15-a-side", ou simplesmente
"Rugby 15". O número faz referência à quantidade de jogadores em cada
equipe. As outras modalidades como o "Rugby 7", "Tag" e o
"Beach Rugby" vêm crescendo rapidamente nos últimos anos.
As partidas possuem duas partes de quarenta minutos contínuos, o relógio
corre ininterruptamente e somente é pausado quando algum jogador da 1ª linha
necessita de cuidados médicos. O objetivo do jogo é marcar o maior número de
pontos.
Para tanto, é permitido correr
com a bola, chutar ou passá-la, porém, nunca para a frente. Por ser um esporte
de contato é permitido “tacklear” a bola, ou seja, derrubar o jogador
que está com a bola a fim de obtê-la.
Para avançar com a bola sem poder lançá-la para frente é permitido chutá-la para frente, mas se algum jogador da equipe quiser agarrá-la é preciso estar atrás do jogador que a chutou.
Talvez este seja um dos
maiores desafios do rugby e sem dúvida o que mais atrai seus praticantes. É
preciso muito trabalho em equipe para conseguir levar a bola para frente em
direção ao gol dos adversários. Criar e utilizar bem o espaço é fundamental.
As partidas recebem a seguinte pontuação:
·
Ensaio ou Try (5 pontos) - Ocorre quando um jogador consegue apoiar a bola com uma das mãos no chão
(toque-no-solo) dentro da "área de validação" adversária, que
corresponde a área após a linha dos postes (como a linha de fundo no futebol).
·
Conversão (2 pontos) – Sempre que se conquista o ensaio (“try”), a equipe marcadora tem
a possibilidade de chutar em direção aos postes do ponto paralelo dentro do
campo de jogo àquele em que a bola foi apoiada na "área de
validação", tentando fazer com que a bola passe por cima da trave e entre
os postes da equipe adversária.
·
Pontapé de ressalto ou Drop goal (3
pontos) - Durante a partida, um jogador pode efetuar
um chute com o objetivo de fazer a bola passar por cima da trave e entre os
postes da equipe adversária. (algo como o gol no futebol .O jogador
obrigatoriamente deve fazer a bola tocar no chão e no retorno fazer um chute
imediato).
·
Pontapé de Penalidade ou Penalty Goal
(3 pontos) - Ao sofrer uma falta a equipe pode optar
por tentar realizar um chute aos postes no local onde ocorreu a infração.
A Copa do Mundo de Rugby é o
principal evento entre seleções deste esporte e é disputada a cada quatro anos
desde 1987. Trata-se do terceiro evento
desportivo mais visto no planeta (atrás apenas da Copa do Mundo de Futebol e
dos Jogos
Olímpicos).
O
rugby chegou ao Brasil no século retrasado, e segundo o historiador Paulo
Várzea, Charles Miller teria organizado em 1895 o primeiro time de rugby
brasileiro, em São Paulo; e o primeiro clube a praticar o esporte, o Clube
Brasileiro de Futebol Rugby, teria sido fundado em 1891.
No livro de Tomás Mazzoni, “História do Futebol
no Brasil” (Edições Leia, 1950) encontra-se a afirmação de que o rugby
foi introduzido no Brasil ainda no século XIX:
“O historiador Paulo Varzea afirma
que o primeiro clube de esportes (terrestre e ao ar livre) fundado em 1875 pelos Srs. H.L. Wheatley, A.
MacMillan, C.D. Simmons, Amaral, Robinson e Cox (…), recebendo posteriormente a
denominação de Paissandu Atlético Clube. Foi esse o primeiro clube
organizado no Brasil, mas a tentativa para a prática do futebol entre seus
sócios durou pouco, contando-se mesmo o fato seguinte: familiarizado com o
futebol, Oscar Cox mandou buscar em Londres uma bola redonda, por volta de 1896, mas teve que, por
impropriedade do terreno para o ‘soccer’, aproveitá-la nos exercícios de
‘rugby’ do clube”.
Mazzoni também cita:
“Além de futebolista, Charles Miller foi ‘cricketer’ famoso,
consagrado tenista e temível ‘rugby player’. Em 1888 organizara o primeiro time de
rugby em São Paulo o São Paulo Atlético Club famoso como SPAC.”
O
Rugby começou a ser jogado regularmente no Brasil em 1925, no Campo dos
Ingleses, pertencente ao São Paulo Athletic Club, em Pirituba, São Paulo.
Em
6 de outubro de 1963, foi fundada, com sede em São Paulo, a União de Rugby do
Brasil, com a finalidade de organizar e dirigir o rugby brasileiro.
Em 20 de Dezembro de 1972, foi fundada a Associação Brasileira de Rugby, em substituição à União de Rugby do Brasil. A nova entidade foi reconhecida pelo Conselho Nacional do Desporto.
“Além de ter sido a primeira Lei Orgânica acerca do
esporte, tida por muitos como marco Oficial do Direito Desportivo, o decreto de
1941 criou o Conselho Nacional de Desportos (CND) para cuidar do
desenvolvimento do desporto no Brasil (cada federação poderia se organizar,
desde que respeitasse as regras internacionais de sua modalidade”.[3]
No início de 2010, a Associação Brasileira de Rugby mudou seu nome para Confederação
Brasileira de Rugby a fim de se adequar a estrutura administrativa esportiva do
Brasil prevista na Lei Pelé e viabilizar o apoio por parte do COB (Comitê
Olímpico Brasileiro).
A Confederação Brasileira de Rugby, nos termos do Inciso I do Art.
217 da Constituição Federal, goza de autonomia administrativa quanto à sua
organização e funcionamento.
Ademais, a Confederação
Brasileira de Rugby, nos termos do art. 1° parágrafo 1° da Lei 9.615 de 24 de
março de 1998 (Lei 9.615/98), por previsão estatutária, reconhece que o
desporto brasileiro, no âmbito das práticas formais do esporte, é regulado por
normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva das
modalidades de Rugby.
De certo, o grande divisor de águas na história do rubgy brasileiro foi o fato
de em 2009, o esporte (na versão Sevens) ter sido incluído no programa a partir dos Jogos de 2016, no Rio de
Janeiro.
Com a vaga olímpica garantida por sermos anfitriões, com o repasse de verbas
do COB e melhores patrocínios, o rugby tem passado por imensa evolução sendo
que, este ano, o Sportv transmitiu ao vivo partidas da Liga Nacional.
O rugby é hoje o segundo
maior esporte em número de praticantes no mundo e a modalidade Seven é
justamente a que o Brasil possui mais potencial e melhores resultados. O rugby
tem crescido bastante no Brasil e segundo dados da International Rugby Board o
país conta com 230 clubes e 10.130 atletas registrados. Portanto, após o início
como um esporte para “universitários” hoje atinge praticamente todo o país.
O caminho para popularizar
o rugby é longo, porém, primeiro grande passo, já foi dado, pois sediar o
primeiro torneio olímpico traz imensa responsabilidade e uma oportunidade única
para a implantação para desenvolver definitivamente o esporte, pois, conforme
destacam Alain Ferrand, Andreu Camps e Luiggino Torrigiani na obra “La Gestión
del Sponsoring Deportivo”:
“Aí, El
marketing estratégico es uma relación directa com la estratégia de la
organización. Permite a la organización analizar la evolución del mercado de
referencia, analizar el atractivo de los seguimentos atuales o potenciales em
función de sus recursos y competências a fin de definir uma estratégia de
desarrollo. El marketing operativo representa ‘um enfoque activo de conquista
de los mercados existentes. Su horizonte de acciín se situa a corto y médio
plazo. Constiuye el enfoque central clásico orientado a la realización de um
objetivo de cifra de negócio y se basa em los médios tácticos que se derivan de
las políticas de producto, distribuición, precio y comunicación’ (Lambin,
2002)”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- BRASIL. Lei n. 9.615, de 24 de março de 1998. In:
TÁVOLA, Artur da. Lei Pelé: das proposições à Lei n. 9.615. Brasília: Senado
Federal, 1998.
- BURRIEL I Paloma, Joan
Carles.Landaberea, Juan Ant, (Aut.), manual
de la organización institucional del deporte. Editorial Paidotribo, S.L. 1ª ed., 2ª imp.(10/1999)
- CAMPS, Andreu, Alain Ferrand e Luiggino
Torrigiani. La Gestión del Sponsoring Deportivo. Barcelona: Editorial
Paidotribo, 2007.
- CARRETERO LESTÓN, J.L
(Dir.): El nuevo Derecho deportivo disciplinario. Murcia: Ed. Laborum, 2009.
- COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO, http://www.cob.org.br/home/home.asp
, acessado em 15 de dezembro de 2011.
- COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL, http://www.olympic.org/ , acessado em 16 de dezembro de 2011.
- CONFEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE RUGBY, http://www.brasilrugby.com.br/ , acesso em 20 de dezembro de 2011.
- DEL PRIORE, Mary e Victor Andrade de Melo: História do esporte no Brasil: do império
aos dias atuais, São Paulo: Ed. UNIESP, 2010.
- MAZZONI, Tomaz, história
do futebol no Brasil - Tomas Mazzoni - 1894/1950
- UOL, http://esporte.hsw.uol.com.br/rugby.htm , acesso
em 19 de dezembro de 2011.
-
SOUZA, Gustavo Lopes Pires de. Estatuto
do torcedor: a evolução dos direitos do consumidor do esporte (Lei 10671-2003).
Belo Horizonte: Alfstudio Produções, 2009.
[1] DEL PRIORE, Mary e Victor Andrade de Melo: História do esporte no Brasil: do império
aos dias atuais, São Paulo: Ed. UNIESP,
2010. – p. 108.
[2] - Burriel I Paloma, Joan Carles.Landaberea,
Juan Ant, (Aut.), MANUAL DE LA
ORGANIZACIÓN INSTITUCIONAL DEL DEPORTE. Editorial Paidotribo, S.L. 1ª ed., 2ª imp.(10/1999)
- p. 167.
[3] SOUZA,
Gustavo Lopes Pires de. Estatuto do torcedor: a evolução dos direitos do
consumidor do esporte (Lei 10671-2003). Belo Horizonte: Alfstudio
Produções, 2009. P. 61.
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