terça-feira, 24 de maio de 2011

PRÍNCIPE WILLIAN, OSAMA, ...

PRÍNCIPE WILLIAN, OSAMA,  HOMOSSEXUALIDADE,  STRAUSS-KAHN:
ALGO EM COMUM

Nas últimas semanas muitos foram os temas de destaque. É incrível como as notícias circundam o mundo em milésimos de segundo. As informações alteram-se com uma velocidade alucinante. Nas últimas semanas o casamento do Princípe William, em Londres, a morte do terrorista Osama Bin Laden no Paquistão, a decisão do Supremo Tribunal Federal em favor da homossexualidade no Brasil  e, mais recentemente, a prisão do diretor gerente  do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, em Nova Iorque estamparam as capas dos jornais no Brasil e no mundo. Ainda que possa parecer improvável, as referidas notícias possuem muito em comum.

Em 29 de abril, o mundo acompanhou o casamento do Príncipe William com Kate Middleton em uma cerimônia com rituais seculares e muita ostentação. A Monarquia inglesa é uma das 40 existentes pelo mundo. Para os republicanos, dilapidação de patrimônio público, para os monarquistas, uma festa cívica.

Osama Bin Laden, lider da al-Quaeda, foi o mentor do maior ato terrorista da história da humanidade, o atentado às torres gêmeas do World Trade Center no fatídico 11 de setembro de 2001. Desde então, Bin Laden e sua organização tornaram-se os maiores alvos da guerra ao terrorismo dos oficiais norte americanos até a sua morte no último 1 de maio. Para muitos tratou-se de justiça, para outros vingança.

Após longos e acalorados debates, no inicio de maio, o STF manifestou-se favorável à equiparação da união homoafetiva à união heterossexual. Encabeçados pelo Deputado Jair Bolsonaro, os conservadores veem na decisão uma afronta à moral e aos bons costumes, já os liberais e os homossexuais comemoraram a inovação jurídica.

Finalmente, no último  domingo, o diretor gerente do FMI e favorito às eleições presidenciais francesas, Domique Strauss-Kahn foi preso no aeroporto de Nova Iorque quando embarcava para Paris sob a acusação de abuso sexual contra uma camareira do hotel em que se hospedou. Execrado pela opinião pública, há quem entenda ter se tratado de pré julgamento e que ainda que haja absolvição, o banqueiro já está com sua imagem e carreira pública comprometidas. De outro lado, justamente por se tratar de pessoa pública, alguns entendem que o interesse público em ter conhecimento dos fatos deve se sobrepor ao interesse particular do político.

Apesar de todas as dissonâncias e de se tratarem de temas diversos, observa-se que em todos os casos há pontos de vista diversos e mais do que isso, identifica-se a inquietude do ser humano. Osama bim Laden foi caçado e perseguido até a morte sob o fundamento da guerra contra o terrorismo. Mas, ele não mereceria um julgamento justo com oportunidade de defesa? Não utilizou-se o terrorismo para justificar outro ato violento? O casamento real pode significar por um lado afronta ao princípio da igualdade, eis que confere prerrogativas vitalicias e hereditárias a determinada linhagem. Mas, não seria uma forma de homenagear os descendentes das famílias seculares que construiram e instalaram uma nação? A orientação sexual por pessoas do mesmo sexo pode, para muitos contrariar a natureza da perpetuação da espécie, mas,por outro, obrigar alguém viver de forma contrária à sua orientação sexual não afronta o direito à liberdade e a natureza humana de busca pela felicidade? Por fim, por mais graves e tormentosas que possam parecer as acusações contra Dominique Strauss-Kahn, antes de condená-lo a opinião pública não deveria aguardar o desenrolar dos fatos, sob pena de cometer uma injustiça? Foram citados alguns fatos. Mas, poderiam ser muitos outros.

Vivemos em um mundo de diversidades. Somos iguais e ao mesmo tempo diferentes. Temos opiniões divergentes, mas, na essência temos o mesmo objetivo, motivo pelo qual o respeito e a tolerância às diferenças devem ser a tônica, afinal, como ressaltava Epicuro, temos a certeza da morte, e é justamente ela que mais nos afasta da felicidade.

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