Prévias na Argentina: sinal amarelo aceso
O resultado das prévias na Argentina acendem uma luz amarela. Isso porque a chapa Fernandez-Fernandes ((Kirchner) venceu com ampla vantagem e Cristina Kirchner pode voltar ao poder como Vice-Presidente.
Na Argentina, ao contrário do momento atual do Brasil, a divisão política não se dá entre direita e esquerda (50% da população não sabe fazer essa distinção), mas entre peronistas e não peronistas.
Para se ter uma ideia da força do peronismo na Argentina, Macri vai ser o primeiro Presidente não peronista a terminar o mandato.
O peronismo é um movimento que surgiu nos anos 1940 ligado a Juan Domingo Perón, eleito presidente 3 vezes e já elegeu presidentes de direita como Carlos Menen e de esquerda como Nestor Kircnher.
Portanto, não é possível traçar um paralelo entre o que acontece na Argentina e o que pode ocorrer no Brasil com eventual retorno de Dilma, Lula ou do PT em eventual fracasso da economia no Governo Bolsonaro.
O Peronismo nunca saiu de cena na Argentina e dificilmente sairá em médio prazo.
O fato é que o peronismo reúne aspectos ideológicos afeitos à esquerda e à direita e possui dentro de seus filiados alas mais estatizantes e alas mais liberais.
O que traz temor no momento da Argentina não é a provável volta do peronismo ao poder, mas o retorno do kirchenismo, eis que além da vice, Cristina, o cabeça de chapa Alberto Fernandez foi chefe de gabinete de todo governo de Ernesto e de parte do mandato da própria Cristina.
O kirchenismo corresponde a uma ala mais esquerdista e estatizante do peronismo e foi responsável por afundar o país na grave crise econômica que enfrenta.
Se por um lado a presença de Cristina na chapa e o fato de ter participado dos Governo Kirchner aponta para o retorno da ala esquerdista do peronismo ao Poder, Alberto Fernandez, após sair do governo, tornou-se grande crítico da Presidente.
Assim, além de não haver qualquer possibilidade de paralelo entre o momento político argentino e o que pode se tornar o Brasil, eventual (e provável) vitória de Alberto Fernandez não significa, necessariamente, a volta da esquerda ao Poder na Argentina.
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