quinta-feira, 22 de abril de 2010

O TÊNIS

Tem dias que acordamos diferentes. Com “uma música na cabeça”, com “um sentimento antigo”.

Há dias que acordamos iguais, mas um pedacinho de alguma coisa nos faz diferente.

Pela manhã, ao procurar uma roupa, encontrei um velho tênis que, apesar de seu bom estado, não usava havia muitos anos.

Talvez tenha acordado diferente e a escolha do tênis foi consequência e não o contrário.

Se causa, ou consequência, não sei, mas que algo está diferente, está.

Talvez tenha sido o fato de no dia anterior ter notado com mais clareza o quão são bonitas as tardes de inverno. Puxa, como são azuis as tardes de inverno.

Como uma refeição pode ser tão leve e prazerosa.

Olho o tênis, vejo um uniforme cinza, um brilho nos olhos, brilho de quem está disposto a mudar o mundo. Vejo o brilho da esperança, o brilho da crença.

Acreditar...

Ouço Lulu Santos. Faixa 11. CD da MTV... “se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer...”

Olho novamente o tênis... vejo juventude, vejo alegria, vejo uma deliciosa apreensão sobre o amanhã, vejo descobertas...

Olho pro horizonte... vejo a vida real...

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