quarta-feira, 29 de junho de 2011

Bar temático em Buenos Aires

Bar temático em Buenos Aires é um verdadeiro museu do futebol mundial

Bem próximo ao Obelisco, Tierra de Héroes reúne itens como camisas autografadas de Pelé, Maradona, Robinho e bolas oficiais das Copas

Por João Paulo Garschagen Direto de Buenos Aires, Argentina
Bar de futebol (Foto: João Paulo Garschagen / GLOBOESPORTE.COM)Camisa do Santos autografada por Pelé em Buenos Aires (Foto: João Paulo Garschagen / GLOBOESPORTE.COM)

Em pleno coração de Buenos Aires, na rua Corrientes, 1187, a uma quadra do Obelisco da avenida 9 de julho, um bar temático de fachada pequena reserva no seu interior uma jóia do futebol mundial. É impossível não se empolgar com o acervo do Tierra de Héroes, aberto há um ano e meio pelos sócios Sergio Pérez González e Gabriel Converse.
Além de futebol nas TVs, cerveja gelada, bons vinhos e boa comida, o bar-restaurante da dupla reúne itens que fazem do local um verdadeiro museu. São dezenas de camisas autografadas, bolas oficiais de todas as Copas do Mundo, fotos de jogadores, réplicas idênticas de troféus e algumas raridades, como uma cadeira do antigo estádio do Independiente e uma ficha federativa original de Lionel Messi, então com 15 anos, no Barcelona.
- Tenho aqui nesse espaço umas oitenta camisas, todas originais e autografadas. Em casa tenho outras 120, além de itens como a medalha original da Libertadores de 1996 (vencida pelo River Plate), a chuteira do último jogo do Francescoli - contou, orgulhoso, Sergio Pérez, que tem planos de mudar o estabelecimento para um local mais amplo.
Bar de futebol (Foto: João Paulo Garschagen / GLOBOESPORTE.COM)Camisas de Messi e Maradona (Foto: João Paulo
Garschagen / GLOBOESPORTE.COM)
Quem entra para almoçar um bife de chorizo ou lanchar um dos burguers caseiros do cardápio, dá logo de cara com a camisa 10 do Santos, vestida por Pelé em 1963. Ao lado das alvicelestes de Passarela (Copa de 78) e de Maradona (Mundial de 94), a camisa do Rei do futebol é uma das preferidas do dono.
- Consegui esta com um amigo brasileiro e a coloquei em lugar de destaque. No meu tempo a Seleção Brasileira era a mais poderosa. Jogar um campeonato contra o Brasil de 70, por exemplo, era entrar em campo para disputar o segundo lugar - lembrou.
Já no meio do salão principal reluz uma réplica oficial da Taça Libertadores da América. Por dez pesos (aproximadamente R$ 4,00) o torcedor pode segurar a taça e tirar uma foto com o cobiçado troféu. É a única cobrança extra da casa.
Veja a galeria de fotos com os itens do bar temático de Buenos Aires
Nascido no Uruguai, mas criado em Buenos Aires, Pérez chegou a tentar a vida de jogador, mas começou um pouco tarde, aos 16 anos, no modesto Midland, que estava na terceira divisão argentina. Aos 18, quis se transferir para o Ferro Carril Oeste, mas ele conta que o Midland não o liberou. Desiludido com o futebol, Pérez acabou se formando em contabilidade e, anos mais tarde, abriu o bar, que é sucesso de público e renda nos dias de rodadas.
- Sempre digo que quis viver do futebol e aqui estou. Adoro tudo isso. Tenho também um espaço para festas infantis, mas é aqui que me divirto e reunimos os amigos - disse o dono, que já está acostumado a cada encerramento de Torneios Apertura e Clausura, fechar as portas do bar para as festas particulares dos jogadores.
Bar de futebol (Foto: João Paulo Garschagen / GLOBOESPORTE.COM)Camisas expostas no bar temático de futebol (Foto:
João Paulo Garschagen / GLOBOESPORTE.COM)
- Sou amigo de muitos - disse.
Artista nas horas vagas, Sergio Pérez inspirou-se na famosa pintura de Michelangelo A criação de Adão para criar uma bem-humorada caricatura de Maradona, como Deus, tocando delicadamente o pé esquerdo de Messi.
- É a transmissão da mágica - contou rindo.
Pérez só tira o sorriso do rosto quando comenta o trágico rebaixamento dos Milionários. E apesar de ser torcedor do River Plate, ele garante que todos são muito bem-vindos no bar.
- (Com o rebaixamento) perde não só o River, mas o futebol. Como será um domingo sem Boca x River? Mas aqui é um lugar para todos. Aqui não há bairrismo, não há país. Vem muitos brasileiros, colombianos e, claro, argentinos - disse. 

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