domingo, 28 de julho de 2013

EU (NÃO) ACREDITO !!!



EU (NÃO) ACREDITO !!!

Hoje eu peço licença aos amantes do direito desportivo para falar de amor. Sim, de amor. De amor por um esporte. De amor por um clube. Amor que resiste a todos os reveses e que explodiu na fatídica e história noite/madrugada de quarta-feira, 24 de julho de 2013.

Não falo apenas de amor. Mas, de um projeto de gestão esportiva que deu certo. Do rebaixamento em 2005 à conquista da América de 2013 o Clube Atlético Mineiro deu uma lição de planejamento e gestão.

Sorte? Sim. Tivemos sorte. Mas, cada dia me convenço de maneira mais contundente de  que a sorte nada mais é do que o encontro da oportunidade com a competência.

O atleticano, calejado por derrotas improváveis como 1977 (São Paulo), 1981 (Flamengo), 1985 (Coritiba), 1987 (Flamengo), 1990 (Corinthians), 1991 (São Paulo), 1995 (Rosário), 1996 (Portuguesa), 1999 (Corinthians), 2001 (São Caetano), 2012 (Fluminense), não suportava mais tanto sofrimento.

A Diretoria montou o maior time da história do Clube com Victor, Marcos Rocha, Réver, Leo Silva, Junior Cesar (Richarlyson), Leandro Donizeti (Josué), Pierre, Ronaldinho Gaúcho, Bernard (Luan), Tardeli e Jô, e se organizou credenciando-se para uma grande conquista.

E ela veio com muito sofrimento. Os atleticanos, mais do que ninguém, atingiram a maioridade cardíaca. O pênalti contra o Tijuana, gol no fim e penalidades contra Newells e Olimpia. Seis jogos com requintes de crueldade que nem o melhor dos roteiristas seria capaz de criar.

Mas, enfim, a redenção. Em um Mineirão lotado o Clube atingiu o recorde de arrecadação com aproximadamente quinze milhões de reais e mostrou ao mundo como o futebol bem gerido pode ser um bom negócio.

Fala-se em elitização do futebol, mas, como qualquer espetáculo de qualidade, seu custo é alto e deve ser arcado pelo seus “clientes”. Não que esteja me posicionando a favor, ou contra a elitização, mas trata-se de um caminho sem volta e precisamos nos acostumar.

Quem gosta do Cirque du Soleil e pode pagar os caríssimos ingressos assiste ao espetáculo ao vivo e quem não pode curte pela televisão. Esta é a trajetória sem volta do futebol. Veja-se, neste caso, o exemplo negativo da Argentina que estatizou o campeonato local e enfraqueceu os clubes.

Com cerca de setenta mil presentes a Minas Arena (concessionária que administra o Mineirão) mostrou-se incapaz de gerir o negócio e o caos se instalou em algumas entradas, inclusive com o acesso de torcedores sem ingresso pulando as catracas. A FIFA ensinou durante a Copa das Confederações como se organiza um grande evento esportivo. Os organizadores dos eventos locais mataram a aula ou não quiseram aprender.

Independente de tudo (e de todos) o meu Clube Atlético Mineiro levantou um título que o coloca na galeria dos maiores do Mundo. Ao Brasileiro de 1971, às Copas Conmebol de 1992 e 1997, à Copa dos Campeões Brasileiros de 1978, ao Mundial de futsal de 1998 e aos diversos campeonatos mineiros e outros de menor expressão soma-se agora a maior glória da Américas.

Obrigado meu DEUS por viver um momento como este. Esperamos uma vida inteira por isso. Talvez não sejamos mais a maior torcida de Minas, mas, seguramente, somos a mais apaixonada. O atleticano é diferente. É apaixonado, é passional e como destacou o inesquecível Roberto Drummond, torce contra o vento.

Que os exemplos bons e ruins sejam tomados como lição para que a conquista de títulos se torne uma constante.

Nos vemos no Marrocos, mais precisamente em Marrakesh no dia 18 de dezembro para a semi-final do Mundial de Clubes para quem sabe disputarmos o título contra o Bayer no dia 21.

Sim, esta coluna de hoje foi “desenhada” com contornos de paixão. Mas, não haveria como ser diferente para um atleticano que respirou um sonho engasgado há  muitos anos.

Outrossim, o “desenho” deste amor mostra o que direito desportivo talvez traga de melhor, a junção da paixão pelo esporte com a atividade profissional e, como dizia uma propaganda de cartões de crédito, isso não tem preço.

Parabéns à torcida que manteve o “Eu Acredito” quando tudo parecia sucumbir. Eu ainda não posso acreditar. A Sensação é de que se trata de um sonho que estou prestes a despertar. Sonho ou realidade, o fato é que sinto como se minha existência terrena tivesse completado um ciclo.

Grande Clube Atlético Mineiro, hoje a América está aos seus pés. Parabenizo (e agradeço) a todos os envolvidos na pessoa de seu Presidente Alexandre Kalil, do Gerente de futebol Maluf e dos amigos Lucas Ottoni, Pedro Torquato, Marcelo Machado (advogados do clube) e João Paulo (Departamento Técnico do Clube).

E... definitivamente...Eu (não) acredito!!! 

 

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