EU (NÃO) ACREDITO
!!!
Hoje eu peço licença aos amantes
do direito desportivo para falar de amor. Sim, de amor. De amor por um esporte.
De amor por um clube. Amor que resiste a todos os reveses e que explodiu na
fatídica e história noite/madrugada de quarta-feira, 24 de julho de 2013.
Não falo apenas de amor. Mas, de
um projeto de gestão esportiva que deu certo. Do rebaixamento em 2005 à
conquista da América de 2013 o Clube Atlético Mineiro deu uma lição de
planejamento e gestão.
Sorte? Sim. Tivemos sorte. Mas,
cada dia me convenço de maneira mais contundente de que a sorte nada mais é do que o encontro da
oportunidade com a competência.
O atleticano, calejado por
derrotas improváveis como 1977 (São Paulo), 1981 (Flamengo), 1985 (Coritiba),
1987 (Flamengo), 1990 (Corinthians), 1991 (São Paulo), 1995 (Rosário), 1996
(Portuguesa), 1999 (Corinthians), 2001 (São Caetano), 2012 (Fluminense), não
suportava mais tanto sofrimento.
A Diretoria montou o maior time
da história do Clube com Victor, Marcos Rocha, Réver, Leo Silva, Junior Cesar
(Richarlyson), Leandro Donizeti (Josué), Pierre, Ronaldinho Gaúcho, Bernard
(Luan), Tardeli e Jô, e se organizou credenciando-se para uma grande conquista.
E ela veio com muito sofrimento.
Os atleticanos, mais do que ninguém, atingiram a maioridade cardíaca. O pênalti
contra o Tijuana, gol no fim e penalidades contra Newells e Olimpia. Seis jogos
com requintes de crueldade que nem o melhor dos roteiristas seria capaz de
criar.
Mas, enfim, a redenção. Em um Mineirão lotado o
Clube atingiu o recorde de arrecadação com aproximadamente quinze milhões de
reais e mostrou ao mundo como o futebol bem gerido pode ser um bom negócio.
Fala-se em elitização do futebol,
mas, como qualquer espetáculo de qualidade, seu custo é alto e deve ser arcado
pelo seus “clientes”. Não que esteja me posicionando a favor, ou contra a
elitização, mas trata-se de um caminho sem volta e precisamos nos acostumar.
Quem gosta do Cirque du Soleil e
pode pagar os caríssimos ingressos assiste ao espetáculo ao vivo e quem não
pode curte pela televisão. Esta é a trajetória sem volta do futebol. Veja-se,
neste caso, o exemplo negativo da Argentina que estatizou o campeonato local e
enfraqueceu os clubes.
Com cerca de setenta mil
presentes a Minas Arena (concessionária que administra o Mineirão) mostrou-se
incapaz de gerir o negócio e o caos se instalou em algumas entradas, inclusive
com o acesso de torcedores sem ingresso pulando as catracas. A FIFA ensinou
durante a Copa das Confederações como se organiza um grande evento esportivo.
Os organizadores dos eventos locais mataram a aula ou não quiseram aprender.
Independente de tudo (e de todos)
o meu Clube Atlético Mineiro levantou um título que o coloca na galeria dos
maiores do Mundo. Ao Brasileiro de 1971, às Copas Conmebol de 1992 e 1997, à
Copa dos Campeões Brasileiros de 1978, ao Mundial de futsal de 1998 e aos
diversos campeonatos mineiros e outros de menor expressão soma-se agora a maior
glória da Américas.
Obrigado meu DEUS por viver um
momento como este. Esperamos uma vida inteira por isso. Talvez não sejamos mais
a maior torcida de Minas, mas, seguramente, somos a mais apaixonada. O
atleticano é diferente. É apaixonado, é passional e como destacou o
inesquecível Roberto Drummond, torce contra o vento.
Que os exemplos bons e ruins
sejam tomados como lição para que a conquista de títulos se torne uma
constante.
Nos vemos no Marrocos, mais
precisamente em Marrakesh no dia 18 de dezembro para a semi-final do Mundial de
Clubes para quem sabe disputarmos o título contra o Bayer no dia 21.
Sim, esta coluna de hoje foi
“desenhada” com contornos de paixão. Mas, não haveria como ser diferente para
um atleticano que respirou um sonho engasgado há muitos anos.
Outrossim, o “desenho” deste amor
mostra o que direito desportivo talvez traga de melhor, a junção da paixão pelo
esporte com a atividade profissional e, como dizia uma propaganda de cartões de
crédito, isso não tem preço.
Parabéns à torcida que manteve o
“Eu Acredito” quando tudo parecia sucumbir. Eu ainda não posso acreditar. A
Sensação é de que se trata de um sonho que estou prestes a despertar. Sonho ou
realidade, o fato é que sinto como se minha existência terrena tivesse
completado um ciclo.
Grande Clube Atlético Mineiro,
hoje a América está aos seus pés. Parabenizo (e agradeço) a todos os envolvidos
na pessoa de seu Presidente Alexandre Kalil, do Gerente de futebol Maluf e dos
amigos Lucas Ottoni, Pedro Torquato, Marcelo Machado (advogados do clube) e
João Paulo (Departamento Técnico do Clube).
E... definitivamente...Eu (não)
acredito!!!
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