Caro Ronaldo;
Quando você chegou, confesso que te recebi com desconfiança.
Olhava pra você vestido de alvinegro e sentimentos contraditórios permeavam minha alma.
De um lado a desconfiança pela forma como você saiu do clube anterior e do outro, a esperança de que você pudesse fazer aqui um pouco do que desfilou pelos gramados do mundo afora.
Cientes de seu momento pessoal, te abraçamos e Dona Miguelina se tornou mãe de todos nós.
Bastaram alguns jogos para você mostrar que veio para Minas Gerais mudar para sempre a história do centenário Clube Atlético Mineiro.
Você trouxe visibilidade ímpar para o Clube, para Belo Horizonte, para Minas Gerais.
Em 2012 nos deu um vice-campeonato nacional que não tínhamos desde 1999 e também a vaga na Libertadores.
Você sabia que podia mais... e em 2013, foi o maestro do maior time do Atlético de todos os tempos e nos deu a redenção com a conquista da Libertadores.
Quando você se machucou há alguns meses do Mundial, sofremos com você e o seu retorno aos gramados foi comemorado como um gol de placa.
No Mundial você não conseguiu traduzir sua genialidade em eficiência e começamos a sentir que algo não estava bem.
Veio 2014, mas o seu futebol não voltou. Perdemos o Mineiro, a Libertadores e veio a Recopa.
Na primeira partida da final, quando você foi substituído e o time melhorou, percebemos que o fim da história se aproximava.
No segundo jogo, você foi substituído e o Mineirão lotado te aplaudiu de pé.
O tom já era de despedida. Nossos corações pressentiram que seria a última vez que veríamos você vestir a camisa do Galo.
A despedida não poderia ter sido melhor... campeão em uma partida inesquecível.
A história do Atlético se divide entre antes e depois de você.
Você nos devolveu a autoestima!! Você nos devolveu a alegria!!
Graças a você, o Atlético voltou a ser grande.
Caro Ronaldinho, hoje você sai do Atlético, mas ficará para sempre em nossos corações.
Boa sorte na sua nova caminhada!!!
Obrigado por tudo!!!
Gustavo Lopes Pires de Souza
Legal, Guba!
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