A Nova Era do Perigo: Polarização, Ódio e o Retorno de Donald Trump
Por Gustavo Lopes Pires de Souza
A posse de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos marca não apenas o retorno de um líder controverso, mas também a consolidação de uma era onde os extremos políticos e sociais se tornaram protagonistas do cenário global. Em um mundo já desgastado por crises econômicas, conflitos armados e um avanço sem precedentes da desinformação, o discurso polarizador de Trump tende a agravar as tensões, normalizando o ódio como uma ferramenta de poder e controle.
A Intensificação dos Extremos
A polarização é o motor dessa nova ordem mundial. Líderes como Trump não apenas desafiam as normas tradicionais da política, mas também as substituem por narrativas que alimentam ressentimentos e medos. Grupos extremos, que antes operavam nas sombras, agora emergem como protagonistas, incentivados por uma retórica que valida preconceitos e ataca instituições democráticas.
A sociedade, por sua vez, se fragmenta. De um lado, os apoiadores fervorosos que enxergam no líder uma figura que desafia o status quo. Do outro, uma resistência que tenta, muitas vezes de maneira desorganizada, conter o avanço de pautas autoritárias. Nesse embate, perde-se o espaço para o diálogo, e a raiva se torna o idioma predominante.
O Ódio como Normalidade
A ascensão de Donald Trump simboliza um fenômeno global: a normalização do ódio. A retórica agressiva, o desrespeito a direitos fundamentais e a incitação ao confronto ideológico não são mais desvios, mas sim ferramentas legitimadas pelo poder. O ódio deixa de ser uma aberração para se tornar o novo normal.
Esse cenário se reflete em vários âmbitos: desde o fortalecimento de movimentos supremacistas até a hostilidade contra minorias que já enfrentam históricos de exclusão e marginalização. Redes sociais amplificam discursos de intolerância, enquanto mecanismos de controle e regulação parecem incapazes de conter o avanço dessa maré de violência simbólica e material.
Um Mundo Mais Perigoso
O retorno de Trump à presidência também traz consigo riscos significativos para o equilíbrio geopolítico. Sua política “América Primeiro” tende a reforçar o isolacionismo, enfraquecendo alianças internacionais e abrindo espaço para disputas entre potências globais. Enquanto isso, crises humanitárias e ambientais são relegadas a um plano secundário, aprofundando desigualdades e fragilizando comunidades ao redor do mundo.
Para países como o Brasil, o impacto dessa nova ordem mundial será profundo. As políticas protecionistas dos EUA podem prejudicar exportações, enquanto a diminuição do compromisso americano com o multilateralismo pode desestabilizar acordos comerciais e ambientais cruciais para a economia brasileira. Além disso, o exemplo de Trump pode inspirar líderes locais a adotarem estratégias similares de polarização e divisão.
A Resistência é Necessária
No entanto, a história também nos ensina que, diante da adversidade, surgem movimentos de resistência que buscam restabelecer o equilíbrio. A força da sociedade civil organizada, o papel das instituições democráticas e a insistência de vozes que clamam por justiça e inclusão são fatores que podem conter os excessos dessa nova era.
Em última instância, o futuro depende de nós. Se o ódio é o novo normal, cabe àqueles que acreditam no diálogo, na solidariedade e na empatia o desafio de reconstruir pontes. A resistência à normalização do ódio não é apenas uma escolha, mas uma necessidade para garantir que as gerações futuras possam viver em um mundo menos dividido e mais humano.
Gustavo Lopes Pires de Souza Professor e consultor especializado em Direito Empresarial, Desportivo e Ciências Sociais. Lic. em Geografia e História.
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